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segunda-feira, 28 de abril de 2014

“Hormônio na carne de frango: discussão desnecessária”

imageA grande – e capital – diferença é que esta abordagem não vem de gente do setor, mas da área acadêmica. E quem a assume é uma jovem estudante do Curso de Zootecnia do Centro de Educação Superior do Oeste (CEO), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC).
Atuando sob orientação da Professora Lenita de Cássia Moura Stefani, a futura zootecnista Beatriz Danieli desenvolveu estudo em que, inicialmente, concorda ser difícil “acreditar na ausência de hormônio na carne de frango quando se produz um animal em tão curto tempo”. Mas ela própria se incumbe de desfazer essa crença ao demonstrar que os altos rendimentos obtidos resultam de melhoramento genético associado a uma boa nutrição, controle ambiental e desenvolvimento na prevenção e tratamento de doenças. E é isso que faz com que “a ave cresça rapidamente de forma saudável, dando origem a carne de qualidade” – ressalta.
Naturalmente, a avicultura irá fazer bom uso do estudo em pauta, multiplicando-o e divulgando-o amplamente, especialmente entre aqueles que insistem em afirmar (sem ter conhecimento de causa) que o setor recorre, artificialmente, ao uso de hormônios.
Uma recomendação, porém: que não se aja como o jornalista de Santa Catarina que, ao efetuar a primeira divulgação da matéria, recorreu ao seguinte título: “Frango catarinense feito sem hormônio”. É um erro brutal que vem se repetindo desde o início do ano em diferentes pontos do País, numa demonstração de “bairrismo” neste caso injustificável. Pois não é o frango “de Santa Catarina”, “do Paraná”, “de São Paulo” ou, mesmo, “do Brasil” que é feito sem hormônio: o frango dispensa o uso desse recurso em qualquer parte do mundo. Ou seja: particularizar a inutilidade do hormônio a uma determinada região geográfica (cidade, estado ou país) significa, simplesmente, continuar alimentando o velho mito que todos desejamos verimage derrubado. Por sinal, desse problema não escapa nem mesmo a frase oficialmente autorizada: “sem uso de hormônio, como estabelece a legislação brasileira”. Pois é automática a conclusão (do consumidor) de que... “se não fosse a lei...”. Mas mesmo isto, note-se, só se aplica aos consumidores crentes na obediência geral à legislação brasileira. Como não são muitos, parece que a emenda ficou muito pior que o soneto.
Sob esse aspecto, aliás, é inevitável retornar à acadêmica Beatriz Danieli ou, mais especificamente, ao título de seu estudo. Pois, em poucas palavras, ela coloca uma pedra definitiva no assunto ao afirmar que a questão do hormônio na carne de frango é “discussão desnecessária”.

Fonte: AVISITE

Imagens : E.Brentzel