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quinta-feira, 16 de junho de 2011

Carne de frango: alta na oferta interna exacerbou perda de preços do semestre

A perda de preços do frango e de sua carne no primeiro semestre de cada exercício é ocorrência praticamente inexorável porque diretamente influenciada pelo período de safra da carne bovina. Dessa forma, tem sido corriqueiro registrar-se o menor preço do ano entre os meses de abril e junho (segundo trimestre), não por coincidência exatamente quando a oferta de carne bovina atinge o seu auge.
Mas também é possível criar exceções dentro dessa regra. E a avicultura de corte fez isso no primeiro trimestre de 2011 quando, opostamente ao que seria natural, os preços pagos pelo frango encerraram o período com preços em elevação. Mas isso só aconteceu porque, no trimestre, a oferta interna registrou declínio.
Dessa forma, comparativamente a janeiro, a oferta interna real de fevereiro (isto é, considerado o número de dias do mês, não o volume bruto ofertado) foi quase 9% inferior à de janeiro, enquanto em março a redução (sobre janeiro) ficou próxima dos 11%. Como resultado, em vez de os preços refluírem, março foi encerrado com um incremento de 3,3% sobre janeiro, enquanto a média dos últimos 10 anos aponta, para o mês, uma queda próxima de 5%.
Mas o ganho cessou abruptamente em abril, quando o preço recebido recuou cerca de 8% em comparação ao mês anterior. Não que essa queda fosse inevitável, pois, como já foi dito, estamos no período de safra da carne bovina. Mas, sem dúvida, as perdas do mês foram exacerbadas pelo aumento de 10% na oferta interna real (fato para o qual concorreu não só o aumento da produção, mas também um recuo das exportações no mês).
E se o desempenho de abril foi ruim, piorou ainda mais em maio quando, a despeito de um aumento mínimo na oferta interna (para o que colaborou um melhor resultado nas exportações), os preços alcançados pela carne de frango recuaram outros 10,5% (ou quase 18% em relação a março).
imageHá indícios de que, em decorrência das dificuldades dos dois últimos meses, o volume hoje ofertado internamente vem recuando lentamente, o que já propicia um início de retomada dos preços. Mas, parece, a recuperação plena vai ficar para o segundo semestre. Isto, claro, se o setor não esquecer o que enfrentou no corrente trimestre e voltar a produzir e ofertar mais do que o mercado é capaz de consumir.

Fonte: Avisite

Fotos: E.Brentzel

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